Júri popular será no Fórum de Osasco no dia 27/2. Cristilder é o último acusado a responder pelos crimes
Após ter recorrido da decisão judicial e pedido o adiamento do julgamento, o policial militar Victor Cristilder será julgado no próximo dia 27/2 no Tribunal do Júri da Comarca de Osasco pelo envolvimento na Chacina de Osasco.
Em novembro do ano passado, o Barueri na Rede conversou com o advogado do réu, João Carlos Campanini, (leia mais) que, na ocasião, ainda esperava a nova data do julgamento do cliente com ares de que o caso passaria por reviravoltas.
A sensação de mudança não era para menos. No começo do mesmo mês, mais de 30 dias após a audiência que condenou o GCM Sérgio Manhanhã a 100 de prisão (veja aqui), a principal testemunha da chacina confessou ter sido pressionada a mentir em seu depoimento (confira reportagem).
Na Chacina de Osasco, ocorrida em agosto de 2015, Victor Cristilder Silva dos Santos é acusado do assassinato de 12 pessoas, tentativa de homicídio de outras quatro e também por formação de quadrilha, junto com os outros três agentes que já foram julgados e condenados.
Na noite dos crimes, câmeras de segurança flagraram vítimas sendo executadas em um bar no Parque dos Camargos. Em Barueri, foram registradas três mortes e em Osasco, outras 14.
Quando ocorreu a chacina, a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) da Organização dos Estados Americanos (OEA) teria chegado a pressionar as autoridades brasileiras para solucionarem o caso. Porém, o governo paulista criticou as declarações do órgão.
Novo julgamento em Carapicuíba
O PM Cristilder também deverá passar por um novo julgamento por crime cometido na chamada pré-chacina, em Carapicuíba, pelo qual já havia sido absolvido. No processo, o PM é julgado pelo envolvimento em um homicídio e ocultação de cadáver ocorrido também em agosto de 2015, antes da Chacina de Osasco.
Agora, Cristilder teve a sentença reformada pelo Tribunal de Justiça de São Paulo e passará por outro júri popular, que ainda não tem data definida. O acusado segue em prisão preventiva, por conta da chacina.
A absolvição anterior do caso de Carapicuíba reforçava a defesa de Cristilder em Osasco, já que havia sido provada a inexistência de uma suposta milícia, também questionada pela promotoria da chacina. Com a nova reviravolta em Carapicuíba, o cenário passa a favorecer a acusação.