Desde a saída da gestora anterior, PS Central enfrenta problemas que prejudicam atendimento
Desde que a gestão do Pronto-Socorro Central (Sameb) deixou de ser feita pela organização social (OS) Instituto Gerir, no dia 24 de setembro, o Barueri na Rede vem recebendo queixas de pacientes e usuários sobre a deterioração do serviço prestado pela instituição.
Funcionários ouvidos pelo BnR relatam uma situação caótica e apontam problemas como falta de comando imediato nas equipes e de sintonia e diálogo entre funcionários da Secretaria de Saúde do município e o pessoal do Instituto Diretrizes, que está assumindo provisoriamente a direção do Sameb.
Um exemplo apontado pelos servidores foi a pane no sistema de oxigênio no PS infantil no domingo. Segundo os plantonistas, não havia pessoal de manutenção habilitado para resolver o problema, que só foi sanado depois das 14 horas. De acordo com os relatos, também há casos de médicos que estariam atuando fora da área de sua especialidade e para a qual foram aprovados em concurso.
Outra queixa foi sobre o não pagamento de salários dos últimos meses aos médicos pelo Instituto Gerir. Nesse caso, há um precedente perigoso, pois como esse tipo de contrato prevê que a prefeitura é solidária nas contratações, as dívidas podem recair sobre o município, como ocorreu quando o Instituto Hygia deixou o Hospital Municipal, em 2017. Na época, o cálculo era que os débitos trabalhistas superassem os R$ 40 milhões.
Da parte dos usuários, as queixas vão de superlotação e demora excessiva para atendimento desde a triagem. Os relatos incluem falta de equipamentos como macas, medicações e também de funcionários. O Barueri na Rede comprovou algumas dessas situações no local.
O contrato com o Instituto Gerir terminou no fim de setembro e não foi renovado pela prefeitura. Foi aberto um processo de licitação para escolher o novo gestor, vencido pela Santa Casa de São Bernardo do Campo. Por questões legais, porém, o resultado foi impugnado e a Santa Casa não pôde assumir.
Com o vácuo na administração do PS, a prefeitura contratou em caráter emergencial, pelo prazo de até 180 dias, o Instituto Diretrizes, que administra o PS do Parque Imperial. O Diretrizes começou efetivamente a assumir o local nesta segunda-feira. Durante a semana em que o Sameb ficou sem gestor, a Secretaria de Saúde implantou uma operação de emergência em que convocou funcionários demitidos pela Gerir e servidores de outros equipamentos de saúde para contornar a situação.
O BnR procurou a prefeitura para obter esclarecimentos sobre a situação. A gestão confirmou a criação de um grupo de profissionais para administrar o PS nos últimos dias e afirmou que nesta segunda-feira, 1/10, o atendimento havia sido normalizado. A seguir, leia a nota enviado pela administração municipal por meio da Secretaria de Comunicação (Secom):
“Informamos que na semana passada ocorreu a saída da Organização Social Gerir, responsável pela administração do Pronto-Socorro Central até então. Com a saída, o equipamento passou a ser gerenciado diretamente pela Secretaria de Saúde, que designou equipe multidisciplinar para efetivar a transição sem transtornos aos cidadãos, da forma mais pacífica e tranquila possível. Essa equipe é formada por médicos, nutricionistas, farmacêuticos, além de contar também com reforço jurídico , financeiro, administrativo e de Recursos Humanos, presente com antecedência, 24 horas por dia, durante os períodos pré e pós transição. Informamos ainda que os impactos foram minimizados, não ficando nenhum atendimento sem ser realizado. As intercorrências mínimas ocorridas durante o período de transição foram pontuais e sanadas de imediato. No dia de hoje (segunda-feira, 1/10), os atendimentos estão normalizados”.