Graciete, que recebia por serviços prestados como massoterapeuta, está sem fonte de renda e não teve nenhuma ajuda do motorista que provocou o acidente
Maria Graciete Araújo, que perdeu uma perna num acidente envolvendo carros de luxo no Alphaville em 20/5, afirma estar desamparada tanto pelo poder público quando pelo homem que causou sua tragédia pessoal. Até agora, ela não recebeu nenhuma satisfação de Carlos André Pedroni de Oliveira, dono do Mercedes Benz que a atingiu, nem o auxilio-acidente a que tem direito.
Graciete voltava do trabalho na noite de segunda-feira, 20/5, quando a motocicleta de aplicativo que a levava para casa foi atingida pela Mercedes Benz de Carlos André, que subia a alameda Rio Negro em alta velocidade. Outra Mercedes, dirigida por Roberto Viotto, passava pelo local no momento, e testemunhas alegaram que ambos disputavam um racha. Os dois negam esta versão.
No choque, a perna de Graciete foi decepada imediatamente. Nenhum dos dois motoristas parou para prestar socorro e Carlos André abandonou seu automóvel num estacionamento no Tamboré e só compareceu à delegacia após 40 horas, evitando ser preso em flagrante. Ele foi indiciado por lesão corporal gravíssima, fuga do local de acidente e omissão de socorro. Na ocasião, afirmou que pretendia dar apoio às vítimas, no caso, Graciete e Arlison da Silva Correia, motociclista que perdeu seu veículo de trabalho.
Na segunda-feira, 12/8, Graciete concedeu uma entrevista ao portal Metrópoles, quando contou o drama que está vivendo. Como era autônoma e recebia por serviços prestados de massoterapia, ela está hoje sem nenhuma fonte de renda e vive da ajuda dos outros. “Só não estou morando na rua porque meus amigos estão me ajudando”, conta. “O setor público ainda não ajudou [com auxílio acidente], nem as pessoas que me acidentaram sequer me procuraram. Está difícil.”
Quase três meses após o acidente, a falta de apoio, tanto público como o prometido por Carlos André, interferem também na recuperação. Ela precisaria de três sessões semanais de fisioterapia, mas só consegue fazer uma. “Tudo é pago. Preciso pagar pelo transporte e não estou com condições porque estou sem fonte de renda. Ele deve estar levando sua vida normalmente”, desabafa, referindo-se ao motorista da Mercedes.
O portal Metrópoles afirma que procurou os três advogados que fazem a defesa de Carlos André e questionou sobre as queixas de Graciete, mas não recebeu resposta.