Nova campanha de vacinação abrange crianças e adolescentes de 9 a 19 anos ; vírus é o responsável por vários tipos de câncer
O Ministério da Saúde ampliou a cobertura da vacinação contra o HPV para jovens de 15 a 19 anos de idade. Antes, a vacinação era restrita à faixa dos 9 aos 14. O HPV (papilomavírus humano) é o principal responsável pelo câncer de colo de útero e também causa outros tipos da doença, como de vulva, vagina, pênis, ânus e orofaringe. O vírus pode ser transmitido não apenas pela via sexual, mas também por meio do contato direto com qualquer região da pele ou mucosa infectada.
A vacina, desenvolvida e aplicada mundialmente há 20 anos, no Brasil é fabricada pelo Instituto Butantan e é essencial para prevenir a infecção. A ação para adolescentes de 15 a 19 anos será realizada em fases, inicialmente nos 120 municípios com os maiores índices de jovens sem vacinação. No estado de São Paulo, entre os municípios contemplados na estratégia de resgate, estão Barueri, Carapicuíba, Cotia e São Paulo, entre outros.
A meta do Ministério é vacinar 90% dessa faixa etária, adotando locais estratégicos para as campanhas, como escolas, universidades, shoppings e ginásios esportivos, além dos postos de saúde. A nova campanha será feita em dose única, que substitui o antigo modelo de duas doses e facilita a adesão do público.
Existem mais de 200 tipos de vírus HPV, com baixo ou alto risco de desenvolvimento de câncer. A vacina do Butantan protege contra os tipos mais frequentes. Um dos grandes problemas relacionados a esse vírus é a dificuldade de diagnóstico – muitas vezes, ele não causa sintomas nem lesões aparentes, e pode ficar latente no organismo durante anos.
No mundo, o HPV é responsável por 620 mil casos de câncer em mulheres e 70 mil casos em homens, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS) e a vacina é a única forma segura e eficaz de prevenção. Para uma proteção mais efetiva, o ideal é receber o imunizante antes do início da atividade sexual.
Nos últimos anos, a cobertura vacinal de HPV em meninas no Brasil caiu de 87%, em 2019, para 75%, em 2022. Nos meninos, a redução foi de 61,55%, em 2019, para 52,16%, em 2022. Em 2023, a taxa de vacinação voltou a crescer para 80% no público feminino e 60% no público masculino. Apesar do aumento, os números ainda estão distantes da meta de 90% indicada pela OMS, necessária para de fato controlar as infecções.
Devem tomar a vacina, crianças de 9 a 14 anos; adolescentes de 15 a 19 anos que nunca tse vacinaram; pessoas com HIV, transplantados ou pacientes oncológicos na faixa etária de 9 a 45 anos; vítimas de abuso sexual que não tenham tomado a vacina HPV; pacientes com Papilomatose Respiratória Recorrente a partir de 2 anos de idade; e usuários de Profilaxia Pré-Exposição (PrEP) de HIV, com idade de 15 a 45 anos, que não tenham tomado a vacina HPV ou estejam com esquema incompleto.