Após disputas judiciais, Tassiana ganhou a guarda definitiva dos filhos e nunca mais os viu. Desde dezembro, a ex-sogra, moradora do Belval, sumiu com os netos
Depois de uma série de disputas judiciais envolvendo duas crianças, Victhorya, de 12 anos, e Alysson Pietro, de cinco, a decisão de guarda definitiva, dada à mãe pelo juiz, não encerrou o sofrimento de Tassiana da Silva Gomes, moradora de Carapicuíba.
O caso de disputa da guarda dos menores, que envolveu acusações de abuso sexual contra uma das crianças, pode ter virado um sequestro. Tassiana procura pelos filhos desde dezembro, depois que testemunhas teriam presenciado a ex-sogra, Cirlene Silva Melo, pegando os netos na escola. Eles nunca mais foram vistos. Já são cinco meses de busca.
Segundo Tassiana, tudo começou quando Cirlene, moradora do Jardim Belval, a denunciou, junto com o atual marido, padrasto das crianças, por abuso sexual contra o neto. Com a acusação, Tassiana, que desde o começo alegava que ela e o marido jamais cometeram qualquer tipo de abuso contra nenhum dos filhos, perdeu a guarda dos dois.
Enquanto eram realizadas as investigações e as crianças submetidas a exames, Tassiana e o marido passaram pelo medo de que as acusações resultassem em agressões por parte de vizinhos e conhecidos. “Eu também fui vítima dessa vingança. Eu corri risco dos vizinhos me pegarem…”, declarou o padrasto, acusado de violência conta o menor.
Quando cinco laudos ficaram prontos, não foi constatado qualquer tipo de violência contra Alysson, de cinco anos, e, segundo o marido de Tassiana, os testes psicológicos teriam demonstrado que a avó paterna exercia uma influência nociva sobre as crianças.
Diante dos novos fatos, o juiz determinou: a mãe teria a guarda definitiva e unilateral de Victhorya e Alysson. A decisão deveria ter posto fim à angústia de Tassiana, mas um dia após o veredito, as crianças sumiram e ela não as vê há cinco meses.
Desaparecidas desde 7 de dezembro de 2021, as suspeitas são de que a avó paterna, que travou o embate pela guarda dos netos, as tenha sequestrado, já que testemunhas viram quando ela foi buscá-los mais cedo na escola Professor Aristides da Costa e Silva, no Jardim Belval. Desde então, a mãe não tem notícias concretas do paradeiro dos três. “A única informação é de que ela foi vista em Alagoas. Mais nada. Cinco meses sem uma foto, uma informação. Ninguém consegue me falar: olha, eu vi seus filhos”, desespera-se Tassiana.
Para a mãe, o pai das crianças, que mora em Maceió, teria arquitetado o sequestro. “Ele nunca se conformou com a separação”, declara, afirmando que vivia um relacionamento abusivo, inclusive com ameaças ao atual marido dela. Em fevereiro desse ano, o pai das crianças teria sido preso em flagrante na cidade onde mora por direção perigosa e embriaguez ao volante, mas não houve avanços sobre o paradeiro de Victhorya e Alysson.
Segundo Tassiana, em contato constante com as secretarias de Educação e de Saúde, não há registros de que os filhos tenham sido matriculados ou de que tenham tomado vacinas ou ido a consultas médicas. “Eu não consigo trabalhar, mal consigo cuidar do meu outro filho, que desde que ele nasceu eu passo por isso. Estou desesperada”, declara. “Eu peço que me ajudem nessa questão. Não sei onde meus filhos estão”.
Quem tiver qualquer informação sobre Cirlene, Victhorya e Alysson deve entrar em contato com o 190 e informar a polícia ou pelo telefone 1197232-5231.