Órgão entende que passageiros são submetidos a situações que caracterizam crime de perigo à vida ou saúde e pediu instauração de inquérito policial

O Ministério Público (MP) de São Paulo entrou com nova medida para investigar a gestão das linhas 9-Esmeralda e 8-Diamante, administradas pela ViaMobilidade. O MP deu prazo de dez dias para que a Secretaria de Transportes Metropolitanos preste esclarecimentos sobre as recorrentes falhas das linhas, que geram superlotação, acidentes e até descarrilamento de vagões durante o transporte de passageiros.
Desde janeiro de 2022, quando a ViaMobilidade assumiu as linhas, pelo menos 124 falhas foram registradas. Depoimentos de passageiros relatam goteiras em estações, atrasos que causam superlotação, falhas no sistema elétrico, acidentes e até a morte de um prestador de serviços. As dores de cabeça aos passageiros são diárias, incluindo, segundo testemunhos dados ao MP de São Paulo, seguranças forçando pessoas para dentro dos vagões lotados.
A precariedade levou o Ministério Público a pedir investigação ao Departamento de Polícia de Proteção à Cidadania (DPPC) sobre o crime de perigo para vida ou saúde dos passageiros. Para o promotor de Justiça Silvio Antônio Marques “o cenário é caótico e a possibilidade de acontecer um acidente gravíssimo é grande”.
Já foi pedida pelo MP a rescisão de contrato de concessão à Via Mobilidade, que alegou não ter tido acesso ao novo processo, e por isso não vai se manifestar. O governo estadual garantiu que a Secretaria de Transportes Metropolitanos vai prestar todos os esclarecimentos ao Ministério Público.