Perto de completar 100 anos e em meio a uma reforma arquitetônica, prédio fará parte da mudança da gestão estadual para o centro
O governo do estado anunciou na sexta-feira, 20/9, que vai desativar a estação Júlio Prestes como parte da rede ferroviária da Região Metropolitana. A medida faz parte do plano de transferir o centro administrativo estadual para a região central da capital.
Dentro do projeto, a estação vai se tornar um memorial ferroviário como parte de um grande centro cultural que incluirá a Favela do Moinho e a criação de uma estação de trens no Bom Retiro. Hoje, no prédio já funciona a Sala São Paulo, um dos principais espaços musicais do estado que inclui uma escola de música erudita.
Com isso, o terminal da linha 8-Diamante da ViaMobilidade passará a ser a estação Palmeiras-Barra Funda, o que de certa forma vem acontecendo parcialmente. Enquanto isso, Júlio Prestes, que com o tempo sofreu um processo de deterioração, está passando por uma profunda reforma arquitetônica. O prédio é tombado por três órgãos de preservação do patrimônio histórico e suas características arquitetônicas devem ser preservadas.
Projetada em 1926 e finalizada em 1938, a estação foi, durante mais de 50 anos, a principal ligação da população de Barueri e da Região Oeste com a capital. Na época, estava conectada com toda a vida econômica e cultural do estado, que se concentrava na região central de São Paulo. A maior parte dos empregos ficava ali, assim como as grandes lojas, atrações turísticas, restaurantes e endereços culturais. Por isso, ficou gravada na memória de gerações.
É INADMISSÍVEL, concordamos com a desativação da Estação Júlio Prestes, ao serviço de passageiros do Trem Metropolitano da Linha 8 Diamante, para que a mesma fique apenas como um “BIBELO”, como um memorial ferroviário.
A Júlio Prestes é uma estação ampla, onde atualmente de quatro linhas e plataformas, apenas duas são usadas para o embarque desembarque de passageiros, podendo compartilhar perfeitamente o espaço com a operação comercial e um “museu” destinado a memória do trem, o qual aliás as pessoas continuariam tendo a facilidade de chegar ao local, diretamente com o serviço do trem, que já está lá.
Além do fato de que a estação Júlio Prestes é uma excelente opção as pessoas que se deslocam das cidades da região Oeste da Grande São Paulo e mesmo do bairro da Lapa, para a região central da cidade de São Paulo, sem que tenham a necessidade de fazer baldeação para as já saturadas Linha 3 do Metrô e demais Linhas da CPTM em Barra Funda.
A desativação da Júlio Prestes em sua principal função que é uma ESTAÇÃO FERROVIÁRIA, mostra um despreparo, por aqueles que estão a frente do GESP, com uma ideia estapafúrdia, desta.
Que haja o bom sendo por parte do governo do estado, para que reveja esse projeto, que visa revitalizar a região no entorno da estação Júlio Prestes, mas que seja mantida a estação operacional ao passageiros da Linha 8 Diamante.