Julgamento dos acusados das 17 mortes em agosto de 2015 terminou com três condenações que chegaram a 255 anos
O guarda municipal de Barueri Sérgio Manhanhã foi condenado a 100 anos de prisão pela participação na chacina de Osasco. O julgamento dele e de dois policiais militares terminou na tarde desta sexta-feira, 22/9, após cinco dias de júri. O PM Fabricio Emmanuel Eleutério também foi considerado culpado e sua pena é de 255 anos e dois meses, enquanto outro policial, Thiago Barbosa Henklain pegou 247 anos e 7 meses.
Fabricio e Thiago eram acusados de ter assassinado 17 pessoas e ter ferido outras sete na noite de 13 de agosto de 2015 em Barueri e Osasco. Contra Sérgio Manhanhã a acusação era de ter acobertado 11 desses assassinatos. As mortes teriam sido praticadas como vingança pelas mortes de um policial militar e um guarda municipal.
Os familiares das vítimas presentes ao fórum de Osasco, onde foi realizado o julgamento, choraram muito durante a leitura da sentença. Já os parentes dos réus reclamaram da decisão, que consideram injusta.
A juíza Élia Kinosita Bulman declarou, ao ler a sentença: “Os policiais Fabrício Emmanuel Eleutério e Thiago Barbosa Henklain eram acusados de terem disparado contra as vítimas e respondiam por todas as mortes e tentativas de assassinato. Já o guarda civil Sérgio Manhanhã, segundo a acusação, teria atuado para desviar viaturas dos locais onde os crimes ocorreriam e foi denunciado por 11 mortes”.
Sérgio Manhanhã era um dos comandantes do Grupo de Intervenções Táticas Estratégicas (Gite) na noite dos crimes. Ele foi incriminado por dois sinais de positivo (joinha) enviados de seu celular no momento do início e do fim dos homicídios a um PM também acusado de ter participado da chacina. Em sua defesa, Manhanhã alegou que os sinais referiam-se a empréstimo de um livro.
Leia o relato de Sérgio Manhanhã sobre a noite dos crimes
A decisão do júri foi apertada, 4 a 3 pelas condenações e os advogados já recorreram à juíza no próprio plenário.