Gordinho do Surdo morreu de Covid em 2021 e familiares alegam que não recebeu direitos trabalhistas relativos a 15 anos em que trabalhou com o pagodeiro
O cantor Thiaguinho está sendo processado em Santana de Parnaíba pelos familiares do músico Gordinho do Surdo, que morreu por complicações da Covid, em 2021. A família do percussionista Antenor Marques Filho acusa o cantor de fraude e pede mais de R$ 500 mil.
No processo, os parentes de Antenor afirmam que o músico contraiu o vírus da Covid durante uma apresentação de Thiaguinho, em dezembro de 2020, e que morreu em decorrência da doença no mês seguinte, no dia 23/1, aos 75 anos. À época, ele ainda não tinha sido vacinado.
Gordinho do Surdo era conhecido pelo seu temperamento amigável e humilde e pela sua inegável habilidade musical. O percussionista trabalhou com grandes nomes da MPB, do samba e do pagode, como Maria Rita, Zeca Pagodinho, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Simone, Dudu Nobre, Fundo de Quintal e Martinho da Vila, entre outros.
Segundo o relato dos familiares do percussionista, o músico trabalhava como cantor desde 2003, ainda na época em que atuava no grupo Exaltasamba, no entanto, sua carteira de trabalho foi assinada somente em 2018 como assistente administrativo e com um salário inferior ao que realmente recebia.
A família cobra de Thiaguinho direitos trabalhistas, como horas extras e comissões, e uma reparação por danos morais, alegando que o músico foi exposto a riscos desnecessários durante a pandemia e que sua morte aconteceu pela exposição aos perigos da pandemia.
No processo também há menção ao fato de que a equipe do cantor teria usado a imagem de Gordinho do Surdo em shows e mídias sociais mesmo após a sua morte, para promover Thiaguinho. A família também pede indenização pelo uso da imagem do músico.
O valor da ação chega a R$ 516.213,83 e o processo tramita perante a 2ª Vara do Trabalho de Santana de Parnaíba, onde a decisão ainda não foi proferida.