Em reunião com diretores, secretário disse que mães querem mandar filhos à escola para se livrar deles por 4 ou 5 horas
Uma fala do secretário de Educação de Barueri, Celso Furlan, em que faz comentários negativos a crianças com deficiência, autistas e familiares, provocou revolta na cidade. A manifestação de Celso ocorreu durante uma reunião com diretores das escolas municipais realizada na terça-feira, 13/5, às 9 horas, no auditório do Centro de Aperfeiçoamento de Professores (CAP), na sede da secretaria.
No trecho polêmico de seu discurso, Celso orienta os diretores a serem rigorosos ao aceitar matrículas de alunos com deficiência. Ele diz que muitos dos novos estudantes não são da cidade e se valem de documentos falsos para declarar endereço em Barueri.
O secretário afirma que antes havia 700 alunos nesta condição na rede da cidade e que agora são mais de 3 mil, sem explicar a que período estava se referindo. Celso afirma que não é possível “ficar com esse problema”.
Depois, ele fala especificamente dos autistas e sugere que devam ser encaminhados ao Centro de Referência em Transtorno do Espectro Autista, que não faz parte da secretaria nem tem a função pedagógica das escolas.
Celso diz que as mães não estão preocupadas com isso, mas que apenas “querem se livrar e que nós cuidemos deles”. Ele cita os casos de crianças com deficiência severa, cujas mães levam os filhos para a escola “para ficarem livres deles 4 ou cinco horas”.
As palavras do secretário causaram indignação nos familiares e defensores da causa das crianças com deficiência, que espalharam o áudio nas redes sociais a partir da manhã de quarta-feira, 14/5, e estudam uma forma de protestar contra Celso.
Na Câmara, vereadores discutem o que devem fazer quanto ao caso. A primeira providência partiu da Comissão de Educação, que decidiu convocar o secretário para se explicar na próxima sessão da casa, na terça-feira, 20/5. A comissão é formada por Leandro Canaã, Silvio Macedo e o presidente Allan Miranda, militante da causa do autismo na cidade. Vereadores também estão se organizando para pedir providências ao prefeito Roberto Piteri.
O áudio também foi encaminhado à Comissão de Educação da Assembleia Legislativa do estado.
O Barueri na Rede enviou mensagem à Secretaria de Comunicação da prefeitura perguntando se a gestão ou o secretário iriam de manifestar sobre o assunto, mas até a publicação desta reportagem não havia recebido retorno.
Não gosto dele mas…só falou a verdade