Dadie Barbosa Alves matou a esposa, Carla de Oliveira Vieira, com 25 facadas; juíza destacou crueldade e determinou indenização de R$ 100 mil à filha da vítima
O empresário Dadie Barbosa Alves, de 39 anos, recebeu pena de 29 anos, 8 meses e 17 dias de prisão pelo assassinato da esposa, Carla de Oliveira Vieira, ocorrido em junho de 2024, em Santana de Parnaíba. A decisão foi divulgada pelo Tribunal de Justiça de São Paulo na quarta-feira, 20/8.
De acordo com a sentença, o réu foi condenado por agir de maneira cruel, desferindo 25 golpes de faca contra Carla. A juíza responsável pelo caso, Natália Domingues Takaki, destacou que o crime ocorreu por motivo fútil, sem oferecer chance de defesa à vítima, e demonstrou “absoluto desprezo pela vida”. Para a magistrada, a forma como os golpes foram desferidos evidencia não apenas a intenção de matar, mas também a frieza e a perversidade na execução do ato.
O processo ainda aponta que Kaic de Oliveira Vieira, irmão da vítima, presenciou parte do ataque. Ele relatou que, no quarto do casal, a irmã foi encurralada entre o guarda-roupa e a cama, enquanto era esfaqueada. Kaic conseguiu intervir e conduziu Carla até a cozinha. Contudo, mesmo assim, o agressor voltou a atingi-la pelas costas, com mais quatro facadas, diante do irmão. A jovem chegou a ser socorrida, mas morreu no hospital em decorrência dos ferimentos.
Além da pena de reclusão, o TJSP determinou que Alves pague indenização mínima de R$ 100 mil à filha da vítima, que tem apenas quatro anos de idade.
O caso ganhou ainda mais repercussão pela contradição entre o comportamento violento do acusado e a imagem que projetava publicamente. Em sua última postagem nas redes sociais antes do crime, Alves escreveu uma mensagem carinhosa desejando “sucesso” e a realização dos sonhos da esposa, acompanhada de uma foto romântica do casal. Meses depois, o mesmo homem seria preso em flagrante após ser flagrado por câmeras de segurança do prédio circulando com a faca do crime na cintura, próximo ao elevador.
O equipamento também registrou o momento em que agentes da Guarda Civil Municipal retiravam Carla ainda com vida, envolta em um lençol, para ser encaminhada à UPA local. Ela não resistiu. Pouco depois, Alves foi conduzido algemado no mesmo elevador, acusado formalmente de feminicídio.