Registros de aparecimento dos animais aumentaram em mais de 250% e picadas mataram 152 pessoas no país em 2023
O Brasil enfrenta o crescimento acelerado da população de escorpiões em áreas urbanas. De 2014 a 2023, os registros de aparecimento dos animais aumentaram em mais de 250%. No período houve 1.171.846 notificações e as projeções indicam aumento contínuo, com previsão de 2.095.146 casos até 2033. O dado mais recente, de 2023, revela que152 pessoas morreram no país naquele ano.
Barueri segue a tendência nacional. São frequentes as queixas de localização de escorpiões dentro de casas, empresas e estabelecimentos comerciais, muitos deles resultando em picadas. Como eles vivem nas redes de esgoto das cidades, a higiene residencial não é suficiente para evitar sua presença.
Com a rápida e desordenada urbanização, os encontros se tornaram comuns, em especial devido ao acúmulo de lixo e ao saneamento inadequado. Eles podem ser encontrados até em apartamentos muito altos por subir pelo encanamento.
Em Barueri, foram registrados oficialmente 72 casos em 2022 e 54 em 2023. O número de contatos, no entanto, tende a ser muito maior, pois é comum as pessoas simplesmente matarem o animal sem notificar a autoridade de saúde.
No caso do estado de São Paulo, a espécie Tityus serrulatus é a mais preocupante, pois se reproduz por partenogênese, ou seja, sem a necessidade de acasalamento. É ele que está se espalhando para o País inteiro.
Os sintomas do envenenamento são dores, lesões, náuseas, agitação, tremores e convulsões. A quantidade do veneno e as condições de saúde de quem foi atingido são fundamentais para determinar os danos que, em situações extremas, podem levar à morte.
O principal problema para o tratamento em caso de picadas é a rapidez no atendimento da vítima. As toxinas do veneno se distribuem em alta velocidade no organismo e o soro antiescorpiônico é menos efetivo se não aplicado rapidamente.
Em janeiro, a Secretaria de Saúde de Barueri divulgou orientação à população sobre cuidados a tomar com os animais peçonhentos. Na cidade, as Unidades Básicas de Saúde (UBS) e prontos-socorros estão preparados para prestar atendimento às vítimas.
De acordo com a pasta, sempre que possível, o morador deve levar o animal morto num pote com álcool à sede do Departamento Técnico de Controle de Zoonoses (DTCZ), na rua Anhanguera, 200, próximo à estação Barueri da Via Mobilidade.