sexta-feira, novembro 22, 2024
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PM que abordou professora em ocupação de escola é afastado

por: Redação

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Policial ficará fora de atividades operacionais até término das investigações e será encaminhado para acompanhamento psicológico

O policial militar que aparece em vídeo abordando uma professora de forma truculenta na EE Lênio Vieira de Moraes, do Jardim Santa Mônica, durante ocupação de alunos na segunda-feira, 16/12, foi afastado das atividades operacionais.

Por meio da Secretaria de Segurança Pública (SSP), a Polícia Militar informou ao Barueri na Rede que o policial “foi afastado das atividades operacionais até o término das investigações e encaminhado para acompanhamento psicológico”. A nota afirma ainda que o comando do 20º BPM/M analisa as imagens e apura todas as circunstâncias relativas aos fatos.

No vídeo, o PM acua a professora Angela Soares, conselheira do Sindicato dos Professores (Apeoesp), contra um muro e exige seu documento aos berros e ameaçando levá-la à delegacia por resistência (leia mais). Ela alega estar orientando os alunos a esperar a chegada dos pais, por serem menores de idade.

Os estudantes da escola ocupavam a instituição contra o fechamento do ensino médio (regular e EJA) da unidade. Em 2020, a Secretaria de Educação do estado iria transferi-los para a EE Alayde Domingues Couto Macedo para atender um pedido da prefeitura de Barueri, que administra a escola durante o dia. Após a ocupação, a secretaria recuou da decisão de transferência e fechamento do colégio na parte do noturno.

OAB acompanha o caso

A presidente da 117ª Subseção da Ordem dos Advogados do Brasil de Barueri, Ana Luiza Correa de Castro, contou ao BnR que, assim que recebeu o vídeo, encaminhou dois presidentes de comissão da OAB Barueri, Alexandre (direitos humanos) e Gabriel (igualdade racial), e Paulo, da comissão de Osasco, para averiguação do caso.

“A abordagem realizada à professora pelo PM foi truculenta, ainda mais se tratando de uma mulher”, afirmou a presidente da Ordem, que reforça o processo administrativo da Corregedoria da PM que afastou o policial.

“Comunicamos ainda que todos os policiais militares de Barueri, os quais conheço desde épocas outroras, sempre foram exemplos de gentileza no trato. A corporação da PM não poderá ter sua imagem manchada por este caso isolado deste abrupto policial militar”, continua a advogada. “A nossa posição é que defenderemos o cidadão, sejam eles quais forem os prejudicados e violados”, conclui.

Entenda o caso

A informação do possível fechamento da EE Lênio Vieira de Moraes vem circulando entre a comunidade escolar desde o final de outubro. Em novembro, foi feito um abaixo-assinado contra a atitude. Na época, também foi levantada a possibilidade de que outras cinco escolas estaduais de Barueri encerrariam as atividades, entre elas a EE República de Cuba e a EE Ivani Maria Paes (relembre).

No dia 13/12, uma manifestação foi marcada na Diretoria de Itapevi, que responde pelas escolas da região (leia). Na mesma data, a Secretaria de Educação Estadual confirmou ao Barueri na Rede o fechamento apenas da EE Lênio. Na ocasião, a pasta afirmou que os alunos do período noturno, da gestão estadual, seriam transferidos em 2020 para a EE Alayde Domingues Couto Macedo, no Jardim Tupã, a cerca de 1 km (veja).

Na noite de 16 para 17/12, alunos ocuparam a unidade em protesto contra o fechamento das turmas (aqui). Data em que o vídeo da abordagem da PM à professora foi gravado.

Ainda na madrugada, a Secretaria de Educação enviou uma nota à escola, em que a pasta atende ao pedido da comunidade local e recua da decisão de que as classes da rede estadual seriam fechadas. No momento, pais, alunos, professores, funcionários da escola e moradores do bairro se reuniram para divulgar o comunicado e, logo após, a EE foi desocupada.

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