Autoridades temem que, sem mudança nos hábitos da população, a doença, transmitida pelo Aedes aegypti, tenha mais registros que ano passado
A prefeitura de Barueri já começou campanhas de conscientização e ações preventivas para combater a dengue. O Centro de Prevenção e Combate à Dengue, atento ao início do período de chuvas, já iniciou trabalhos de combate à dengue mais focada na informação das pessoas. O aumento de palestras, as visitas diárias às residências e um mutirão aos sábados, numa ação estadual onde são feitas vistorias, estão entre os primeiros atos para prevenir que o mosquito Aedes aegypti se reproduza e ameace a saúde dos moradores da cidade. As palestras já estão sendo apresentadas em empresas que solicitam a presença dos agentes de saúde e combate epidemiológicos e estão previstas visitas às escolas assim que as aulas forem retomadas.
Funcionários ligados à área da saúde participam desse mutirão e, segundo Josenaldo Vieira, supervisor do Centro de Prevenção e Combate à Dengue, órgão da secretaria de Saúde de Barueri, o programa determina que as residências do município devem ser visitadas quatro vezes por ano, mas com o número de funcionários atuais, que são 29 agentes de saúde, cumprir o previsto é difícil – são cerca de 72 mil domicílios em Barueri.
Como em 2015, as pessoas ainda apresentam resistência em receber os agentes para averiguação de focos do mosquito Aedes aegypti. “Isso só melhorou quando foi feito o mutirão com a presença do exército, no ano passado. Mas fora desse quadro, algumas pessoas continuam se recusando a receber os agentes”, revela Josenaldo.
Notificações já começaram a aparecer, mas o supervisor do Centro de Prevenção e Combate à Dengue afirma que, por enquanto, em número menor que o mesmo período do ano passado. Em dezembro de 2015 o sistema de saúde de Barueri entrou em estado de alerta devido aos casos registrados no município.
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A antecipação dessas ações se dá porque a dengue, segundo Josenaldo, deixou de ser uma doença sazonal para se tornar uma doença endêmica. Ele alerta que a tendência é que a chikungunya venha em maior incidência no próximo verão. “Nós estamos fazendo todo o possível para que isso não ocorra, mas a população precisa estar atenta e fazer sua parte”, afirma. Um dos motivos seria a redução nos cuidados que as pessoas têm quando a dengue não está em evidência. “A falta de preocupação pode ocasionar esse risco. As pessoas precisam se conscientizar de que elas são os principais agentes de combate. É o dono da casa, é o morador”, resume.
O alerta para um possível crescimento da Chikungunya, uma das doenças transmitidas pelos mosquitos Aedes aegypti, e que tem entre os principais sintomas a febre alta de início rápido, dores intensas nas articulações dos pés e mãos, além de dedos, tornozelos e pulsos, deve servir como um alerta para a população. Em 2015, Segundo dados da Secretaria Estadual de Saúde, passou de 6 mil o número de registros confirmados no município, sendo que desse total mais da metade foi de atendimentos de pessoas das cidades vizinhas, o que gerou um colapso no atendimento médico do município.
Programa de incentivo
Recentemente Josenaldo pediu a alguns vereadores que apresentassem um projeto que prevê um ‘prêmio’ para moradores que se comprometessem com o combate à dengue. “O programa seria basicamente um incentivo no lugar da punição. O morador que fosse visitado três vezes e não fosse detectado foco do mosquito na sua casa receberia um incentivo para trocar a caixa d’água por uma mais moderna, com tampa de rosca, por exemplo”, explica.
A troca de caixa d’água é importante porque segundo Josenaldo, são nesses locais onde são encontrados o maior número de larvas do mosquito. Isso se dá porque com modelos de caixas de água muito antigos, é frequente que ocorra quebra ou rachaduras das tampas, e isso permite que o mosquito deposite seus ovos.
Além disso, o armazenamento costuma ficar em locais de difícil acesso, como em lajes, e quando há necessidade, os agentes precisam colocar as telas de proteção. “Com esse programa, além incentivar e recompensar quem mantivesse sua casa livre de criadouros, o trabalho dos agentes seria otimizado, resultando em ações mais pontuais e reforçando o propósito de controlar a proliferação do mosquito transmissor da dengue”, afirma Josenaldo.