Marido e mulher são acusados de matar a facadas os pais dela no Alphaville em 2010. Julgamento será realizado no fórum de Barueri
Será julgado no dia 18 de maio no fórum de Barueri o casal Roberta Tafner e seu marido, Willians de Sousa . Eles são acusados de matar os pais dela em 2 de outubro de 2010 no Alphaville.
Entre meia-noite e uma da manhã daquele dia, Wilson Tafner e Tereza Cobra estavam sós em casa quando foram surpreendidos por alguém que os atacou e os matou com 26 facadas, 16 nela, dez nele. As investigações concluíram que as mortes foram cometidas pela filha e pelo genro do casal, que moravam numa casa a poucos metros dali.
Três aspectos contribuíram para que a polícia chegasse a essa conclusão: o assassino entrou na casa sem chamar a atenção dos cachorros, o que indicava que era pessoa conhecida; durante o crime, a faca usada pelo criminoso se quebrou e ele pegou uma outra numa gaveta na cozinha, demonstrando que conhecia detalhes da casa; exames de manchas de sangue encontrados na casa de Roberta e no trajeto entre as duas residências eram compatíveis com o de sua mãe, Tereza. O trabalho pericial também concluiu que foi um homem quem desferiu as facadas, o que levou os investigadores a apontarem Wilians como o autor das facadas.
As investigações também encontraram desavenças graves entre os dois casais. Testemunhas disseram que eles discutiam asperamente com frequência. A filha havia sido demitida três meses antes do escritório de advocacia da mãe sob suspeita de desfalque. Roberta e Willians, casados cerca de um ano antes do crime em comunhão de bens contra a vontade dos pais dela, pressionavam pela transferência da casa onde moravam e de parte da empresa gráfica de Wilson para o nome deles. Além disso, o pai de Roberta tinha mais de R$ 1 milhão em seguros de vida.
Dois meses após o crime, a Justiça atendeu pedido do Ministério Público e bloqueou os bens móveis e imóveis do casal assassinado, impedindo o acesso de Roberta à herança a que eventualmente tivesse direito. Os promotores alegaram que os homicídios foram praticados por interesses patrimoniais.
Roberta e Willians chegaram a ficar presos por dois anos, mas a demora no julgamento, causada principalmente por artifícios utilizados por seus advogados, levou a Justiça a libertá-los em 2012. A juíza responsável pelo caso, Cyntia Menezes de Paula Straforin, chegou a demonstrar insatisfação com as protelações em seus despachos. Em um deles, respondendo em 2 de março deste ano a um pedido da defesa, afirma: “Não se pode nessa fase processual reabrir toda a colheita de provas novamente, sob pena de não se concluir jamais a instrução probatória”.
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