Vitória Silva Gomes, de dois meses, foi levada ao pronto-socorro após episódios de vômito na tarde de sábado, 17/6, e morreu enquanto tomava soro
Vitória Silva Gomes, de dois meses de idade, morreu às 20h35 do sábado, 17/6, no Pronto-Socorro do Jardim Silveira, enquanto tomava soro para reidratação. A criança foi levada pelos pais ao PS depois de dois episódios de vômito na manhã e na tarde do dia em que morreu. A família alega negligência e a prefeitura afirma que a morte foi causada por parada cardiorrespiratória de origem desconhecida.
Vitória teve uma crise de vômito ao acordar na manhã de sábado, depois voltou à normalidade, intercalando mamadas com períodos de sono, até as 16 horas, quando voltou a vomitar. O segundo episódio preocupou os pais, que buscaram atendimento no PS do Silveira.
Segundo relato de Risomar Silva Sales, moradora do Vale do Sol e mãe de Vitória, o primeiro atendimento no PS foi rápido, e o médico de plantão, após exame clínico, tranquilizou os pais afirmando que não havia nada de preocupante. Para se certificar do diagnóstico, o atendente pediu exames de sangue (hemograma e glicemia) e urina, radiografia do abdômen e receitou os medicamentos luftal e paracetamol, além de reidratação com soro.
Vitória aparentava comportamento normal para criança da sua idade quando fez a radiografia e foi medicada, ainda de acordo com a mãe. A menina só chorou durante a coleta de sangue.
Tudo ia bem até que o soro foi conectado ao acesso colocado na mão direita da criança. Risomar afirma que tão logo o líquido entrou na corrente sanguínea, o bebê começou empalidecer, perder a consciência e passou a respirar com dificuldade. Alertada pela mãe, a enfermeira que acompanhava disse que a criança ofegava por ter chorado muito e que iria passar.
Mãe de três filhos, Risomar percebeu que acontecia algo mais que a perda de fôlego e passou a insistir com as duas enfermeiras presentes na sala. Ela calcula que se passaram cerca de 15 minutos até que fosse medida a saturação de oxigênio no sangue de Vitória. Só então um médico foi chamado, e depois de infrutíferas manobras de ressuscitação, o bebê foi levado à emergência, onde foi impossível reanimá-la.
A família acusa o PS de negligência, por parte das enfermeiras alertadas pela mãe, e descaso da administração da unidade, ao afirmar que Vitória havia sido vítima de broncoaspiração, mesmo sem evidência de que isso havia ocorrido.
A família registrou boletim de ocorrência na Delegacia Central e espera agora o laudo definitivo do Instituto Médico Legal (IML) para tomar as medidas cabíveis. Um perito do IML, porém, afirmou para Renato Siqueira Gomes, pai de Vitória, que os órgãos da menina aparentavam normalidade nos exames preliminares.
“Sei que minha filha não vai voltar, mas espero que a justiça seja feita e que outras famílias não passem o que estamos vivendo”, disse Risomar ao Barueri na Rede.
Nota da Prefeitura
Procurada pelo BnR, por meio da Secretaria de Comunicação (Secom), a Prefeitura emitiu a seguinte nota de esclarecimento:
“A criança deu entrada no Pronto-Socorro às 17h56 com queixa de vômitos. Foi medicada e internada para hidratação venosa e realização de exames laboratoriais (Hemograma, PCR e Urina I). Durante a coleta de sangue, apresentou parada cardiorrespiratória irreversível, sendo constatado o óbito às 20h35 e encaminhado ao Serviço de Verificação de Óbito, que é o órgão responsável por investigar a causa da morte quando há ausência de acompanhamento dos eventos patológicos que podem ter levado à fatalidade.”