Assassinatos teriam sido retaliação às mortes de um PM e de um guarda municipal; condenações chegaram a 255 anos de prisão
Familiares das vítimas e coletivos ligados aos direitos humanos se reuniram na tarde de sábado, 16/8 para lembrar os dez anos da chacina ocorrida em Barueri, Osasco e Itapevi. O crime se deu em 13/8 de 2015 e resultou na execução de 19 pessoas em um intervalo de apenas duas horas. Os assassinatos aconteceram entre 21 e 23 horas, num raio de aproximadamente 7 quilômetros, e foram cometidos por policiais militares.
As investigações apontaram que os assassinatos teriam sido uma retaliação às mortes de um PM e de um guarda civil municipal, ocorridas dias antes. Das vítimas, 15 foram mortas em Osasco, três em Barueri e uma em Itapevi.
A mobilização foi promovida pela Associação 13 de Agosto e pelo grupo Mães de Osasco e Barueri, e foi realizada na rua Alagoinha, no Jardim Mutinga.
O encontro contou com a participação de representantes de outros coletivos de mães que lutam por justiça após episódios de violência estatal, como as Mães de Maio, da Baixada Santista, e as Mães de Manguinhos, do Rio de Janeiro. Dois anos após os crimes, quatro agentes de segurança foram levados a julgamento. Os ex-PMs Fabrício Emmanuel Eleutério e Thiago Barbosa Henklain foram condenados: Eleutério recebeu pena de 255 anos de prisão, enquanto Henklain foi sentenciado a 247 anos. O guarda civil de Barueri Sérgio Manhanhã também foi condenado, com pena de 100 anos e dez meses.
O ex-policial militar Victor Cristilder dos Santos foi julgado em processo separado e recebeu pena de 119 anos e quatro meses de prisão. No entanto, após recursos apresentados pelas defesas, Cristilder e Manhanhã foram absolvidos em novo julgamento realizado em 2017.