Rumores afirmam que alunos do estado iriam para EE Caio Prado e a unidade ficaria apenas para a rede municipal
Cerca de 50 alunos da Escola Estadual República de El Salvador, do Jardim Reginalice, protestaram na manhã desta terça-feira, 21/8, na Câmara de Barueri, durante a sessão parlamentar, contra o que afirmam ser a intenção de fechar a unidade. Os estudantes tiveram uma audiência com vereadores e o presidente da casa, Carlinhos do Açougue, que se comprometeram a procurar o município e o estado para esclarecer o caso e tentar evitar o fechamento.
A escola funciona ao lado da Emef Gilberto Florêncio, que é municipal e atende alunos do ensino fundamental. Estudantes dizem ter ouvido de funcionários e professores que a intenção da prefeitura é ocupar todo o prédio, oferecendo como opção aos alunos do ensino médio a transferência para a EE Caio Prado Jr., que fica no Jardim Califórnia, a 750 metros de distância, e também é compartilhada entre estado e município.
Desde que a notícia começou a correr, estudantes e familiares começaram uma movimentação para evitar o fechamento. De acordo com dirigentes do grêmio estudantil, o presidente da entidade e três pais se reuniram com a secretária municipal de Educação, Flávia Moreno, na segunda-feira, 20/8. Segundo eles, ela teria confirmado a intenção de ocupar toda da unidade. A Secretaria de Comunicação da prefeitura (Secom) nega.
Ao BnR, os alunos comentaram que a Caio Prado é fora de mão, carente em transporte público e está em uma área perigosa e deserta durante a noite. Eles também alegam que a El Salvador é tradicional, está no bairro há mais de 40 anos e que seus próprios pais estudaram lá.
No ano passado, a Emef Professor Gilberto Florêncio, que é a parte da prefeitura na El Salvador, recebeu alunos de 6º a 9º ano da Emef Taro Mizutori, do Jardim São Luís, que passou a ter a pré-escola e o fundamental 1. Com a mudança, a EMM Wandeir Ribeiro ficou apenas com a parte do maternal (relembre o caso aqui).
Em 2015, o fechamento da EE República de El Salvador também foi cogitado pelo governo do estado. A unidade estava na lista das mais de 90 escolas que seriam fechadas em São Paulo devido à chamada reorganização escolar, que dividiria os alunos e escolas por ciclos.
A medida, que foi cancelada após os protestos estudantis realizados em todo o estado, ainda previa o fechamento de mais oito escolas estaduais em Barueri, entre elas a EE Professora Ivani Maria Paes, no Jardim dos Camargos.
Prefeitura e estado negam
O BnR procurou a Diretoria de Ensino de Itapevi, que responde pelas escolas estaduais de Barueri, por meio da área de comunicação da Secretaria de Educação estadual. A dirigente da região, Keise Portela dos Santos, afirmou que a informação do fechamento da escola não procede e que, até então, não há a possibilidade de qualquer atitude do gênero.
Ela ressaltou que, atualmente, estão sendo realizados estudos para melhor atender a comunidade da região com o levantamento dos alunos pré-matriculados para o ano que vem, processo que acontece anualmente no mês de agosto. Também disse que muitas queixas têm chegado à diretoria, via ouvidoria do estado, com relação ao boato do fechamento da unidade, que ministra aulas do ensino médio nos três turnos.
A prefeitura de Barueri, por meio de nota da Secom, enfatizou que “a informação de que a Secretaria de Educação ‘quer que os alunos deixem o prédio’ não procede”. A nota, em tom dúbio, diz, porém, que “os dirigentes da Delegacia de Ensino farão reuniões com os pais e alunos já na primeira quinzena do mês de setembro para ajustar as possíveis mudanças, que ainda estão em fase de estudos e adequação desde o ano de 2017, para avaliação das demandas de cada uma das escolas compartilhadas”.