quinta-feira, novembro 21, 2024
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Editorial: Propagação de mentiras como estratégia política

por: Redação

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Espalhar mentiras pelas redes sociais tornou-se prática aceita no meio político. A prática, que é crime, torna-se ainda mais nociva quando causa danos à sociedade

A disseminação de mentiras e boatos pelos meios digitais é um desvio que tem dado dor de cabeça para juristas e legisladores. Com as novas tecnologias, é possível fazer uma notícia falsa chegar a milhares, até milhões de pessoas em poucas horas.

No Brasil, já há leis para punir quem espalha fatos inverídicos, mas o tema ainda causa muita controvérsia, afinal, se quem inicialmente difunde uma mentira sabe o que está fazendo, quem a compartilha, muitas vezes, imagina que esteja passando à frente uma verdade.

A política brasileira, cada vez menos envergonhada de não ter escrúpulos, tem sido um campo fértil para a distribuição de mentiras com as finalidades mais escusas. O dia a dia das redes sociais mostra isso, e podemos esperar muito mais durante este ano de eleições.

Porém, se os políticos e seus grupos aceitam docilmente que adversários e inimigos propaguem inverdades, isso é com eles. O problema é quando essas mentiras podem causar prejuízo à sociedade.

Recentemente, um cidadão barueriense postou em sua página no Facebook que havia uma epidemia de meningite no Sameb. A notícia seria uma bomba, por se tratar de doença altamente contagiosa e mortal. Talvez o cidadão até tivesse boa intenção, quisesse alertar os amigos. Mas foi irresponsável ao difundir uma afirmação tão grave sem saber de sua veracidade.

Editorial Boatos

Como se não bastasse, um perfil do mesmo Facebook, que se propõe a vigiar a gestão da cidade em nome da população e tem mais de 20 mil seguidores, republicou o post, sem se preocupar em checar a informação, e estampando nome e foto do autor da “notícia”.

Imediatamente, surgiram comentários de pessoas preocupadas com a informação, inclusive de baruerienses que precisavam ir ao Sameb e ficaram temerosos. Só então o autor da notícia original percebeu a confusão que havia criado e se apressou em dizer que não sabia se a informação era verdadeira.

Cumprindo seu dever de informar, o Barueri na Rede procurou tanto o cidadão quanto o perfil, pois ainda não suspeitava que se tratasse de mentira. Não obteve resposta de nenhum dos dois. Logo, ambos os posts foram tirados do ar, mas o estrago já estava feito: a mentira alcançara mais de 180 compartilhamentos, ou seja, milhares de pessoas foram alertadas para uma falsa epidemia.

O mesmo perfil, semanas antes, havia publicado a ocorrência de um falso arrastão contra motoristas no centro da cidade. Também foi procurado pelo BnR, e também silenciou diante de nossas perguntas. Era outro boato que poderia causar pânico entre as pessoas que são obrigadas a transitar pelo local apontado.

Como dissemos, se os políticos de Barueri pretendem se atracar num octógono de imundícies e mentiras, é problema deles. Se sentem-se confortáveis respondendo a ataques mentirosos com mais mentiras, que divirtam-se dentro do mesmo saco.

No entanto, não podemos aceitar que isso cause danos à sociedade. Mesmo a baixaria tem limites. De nossa parte, como nosso compromisso é com o leitor, a apuração, a informação correta, a busca por todas as partes envolvidas será sempre o leme nesse mar de inverdades que se forma.

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